O GOL A AR: SAUDADES...
A
VW do Brasil tem e teve uma longa carreira de glórias no mercado, e
mais alguns de seus filhos injustiçados pelo mercado brasileiro. Foram
carros como a Variant II e, principalmente o Gol refrigerado a Ar. Fruto
de uma reação à chegada do Fiat 147, um carro moderníssimo embora
sofresse um pouco nos primeiros anos em questões de qualidad4e, o 147
era um foguete interplanetário em relação ao antiquado, forte e popular
Fusca. Foi o primeiro a ter motor transversal com tração dianteira no
nosso mercado, o primeiro a ter de fábrica pneus radiais nessa classe
popular( o primeiro absoluto foi o JK nos anos 60 ) e trouxe um tom de
modernidade européia que marcou fundo o mercado, inclusive por seu
baixíssimo consumo. Sendo refrigerada a água, podia trabalhar com
temperaturas mais altas e aproveitar melhor o combustível que gastava.
Mas
a VW não era tripulada por otários nos tempos gloriosos de Rudolf
Leiding, um gênio desbravador que saiu daqui para presidir uma das eras
de ouro do Grupo VAG.
Leiding determinou uma atitude e a Engenharia da VW desenvolveu junto com seus primos alemães da Audi um derivado do Audi 50 para ser o futuro carro popular brasileiro. Era um carro nunca tentado pelo grupo, e que nuca mais foi repetido, o que foi uma pena, pois a adoção do motor a ar na frente era e é um detalhe genial. Quem já ouviu falar de momento Polar de Inércia sabe do que falo. Traduzindo: é o peso na cara do carro ou na traseira, o tal pólo ou local polar, que influencia o comportamento dinâmico do carro e sua habilidade em mudar de direção, mais ou menos como uma boleadeira; trata-se de um cabo ou barbante com um peso na ponta. E isso o motor VW( que dá para segurar nas mãos) cunpria com perfeição. E isso sem falar nas múltiplas possibilidades eróticas de envenenamento dos motores a ar, dos quais se pode tirar 100 Vc com relativa facilidade: 8 kg por Cv é uma relação emocionante...
Leiding determinou uma atitude e a Engenharia da VW desenvolveu junto com seus primos alemães da Audi um derivado do Audi 50 para ser o futuro carro popular brasileiro. Era um carro nunca tentado pelo grupo, e que nuca mais foi repetido, o que foi uma pena, pois a adoção do motor a ar na frente era e é um detalhe genial. Quem já ouviu falar de momento Polar de Inércia sabe do que falo. Traduzindo: é o peso na cara do carro ou na traseira, o tal pólo ou local polar, que influencia o comportamento dinâmico do carro e sua habilidade em mudar de direção, mais ou menos como uma boleadeira; trata-se de um cabo ou barbante com um peso na ponta. E isso o motor VW( que dá para segurar nas mãos) cunpria com perfeição. E isso sem falar nas múltiplas possibilidades eróticas de envenenamento dos motores a ar, dos quais se pode tirar 100 Vc com relativa facilidade: 8 kg por Cv é uma relação emocionante...
O
levíssimo motor VW a ar, com seu bloco de magnésio, obra imortal
desenvolvida por Ferdinand Porsche a partir das idéias de Hans Ledwinka,
o projetista da Tatra, era o principal tema técnico do novo carro. Seus
808 kg eram muito bem distribuídos entre os dois eixos, inclusive
porque é possível ver que o motor fica quase dentro do entre eixos,
favorecendo desta forma o comportamento do carro como um todo. Eu mesmo
tive momentos muito felizes explorando os limites de um humilde Gol BX
nos anos 80, quando trabalhava para uma empresa de Recife, que me
emprestava um quando ia para lá: curvas inacreditáveis com os
Pirellinhos P3 155mm de fábrica...
O
grande erro foi no lançamento subestimar a sede de potência ocasionada
pela existência do pequeno Fiat com sseu trem de força muito bem
elaborado, que aproveitava tudo que o pequeno 1050 produzia e chegava a
mais de 135 por hora. O Gol saiu com um motor 1300 a ar que rendia 50 CV
e levava intermináveis 31 segundos para ir de zero a cem por hora e
fechava 125 por hora com seu motor bem maior que o do 147. E ainda por
cima gastava mais. Isso foi uma calça arriada que quase matou o projeto.
Mas o povo de são Bernardo, que não dispunha de capacidade produtiva
para usar o novo motor 1500 a água do Passat, não tardou a reagir.
Instalou-se no Gol o motor a ar de 1.600 cm³ com dupla carburação no
caso do álcool e a vida mudou. Seus 66 cavalos permitiam ser tão ou mais
rápido que o inimigo e gastar menos por ter uma transmissão mais longa e
o caminho para a liderança de muitos anos estava selado.
Uma
vinheta engraçada foi o Gol a álcool: foi o primeiro a ter dupla
carburação, o que nos olhos dos brilhantes engenheiros da VW forçava a
colocação do estepe na já apertada “mala’, o que a transformou em
segundo porta luvas. O filtro de ar ficava no lugar do estepe, dentro do
capô. Um belo dia, já na gestão de Wofgang Sauer, o mesmo viajou para o
interior de São Paulo com um Gol a álcool, que deu um probleminha bobo.
Ao entrar no concessionário local Sauer viu um Gol a álcool com o
estepe dentro do capô e perguntou ao mecânico como era aquilo:” Simples
doutor: é só virar a roda ao contrário que o filtro fica dentro dela...”
Na segunda feira cabeças rolaram na Engenharia, que tinha gasto os
tubos, vários milhões de verdinhas para fazer os novos estampos da mala
muito diminuída e causar uma montanha de criticas da imprensa
especializada...
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